Como aprender design gráfico? Conheça a Profissão!
Vamos bater um papo sobre como aprender design gráfico? Como e onde trabalhar como designer gráfico? Existem muitos caminhos para se tornar um profissional da área e conquistar este mercado cheio de criatividade, e claro, muito trabalho.
Muitos designers vêm de outras faculdades, como Marketing, Publicidade e até mesmo Arquitetura. Outros começam com cursos e naturalmente se desenvolvem no meio muito bem. Acabam meio que sem querer entrando nessa profissão ou porque se encantaram com ela ou porque foi o que o chefe lhes pediu para fazer no estágio em uma agência. Quando se dão conta, já desenharam dezenas de logotipos, cartões de visita e layout de revistas.
Hoje há muitos cursos voltados exclusivamente ao ramo. Lá se aprende as técnicas, a história do design, os conceitos e as aplicações. Porém, como em todas as profissões, existe uma leve (ou grande) diferença do que se aprende na faculdade e do se encontra na prática.

Como é ser designer gráfico no mercado?
As agências de publicidade, de branding, os estúdios de design, emissoras de televisão, gráficas e editoras são as que mais contratam este profissional. E o primeiro choque de realidade que se tem nesses lugares é que você vai começar ajudando um designer mais experiente a criar seus projetos.
Vai desenhar ícones, botões, listas, em suma, elementos gráficos que farão parte de um projeto maior, não idealizado por você. Provavelmente você também começará criando aquela peça gráfica do conjunto de identidade visual mais simples de fazer, tipo o cartão de visita ou o timbrado.
Ah, sim, pode ser que você já crie um logo na sua primeira semana de serviço, ou mesmo o laytout de um site simples, porém ele passará pelas mãos de alguém mais experiente para dar uma retocada.
Obviamente isso é natural, afinal você está começando no emprego. O que com o tempo irá perceber é que o briefing — lembra aquele calhamaço que aprendeu a fazer na faculdade? Super enriquecido e detalhado? — não é grande, não é rico, não é detalhado. No máximo, cabe em meia folha sulfite. Estou aqui falando das empresas médias e pequenas. As grandes, geralmente, sabem pedir muito bem.
E com esse “cria minha peça, valeu?!” você terá que se virar para criar algo que encante o cliente, mesmo não sabendo nadica de nada do que ele espera.
Ah, e não será só ele que precisará conquistar. Tem o seu chefe, que fará mil alterações em sua arte antes do cliente fazer mais mil.
Ser designer gráfico é 1% criação e 99% alteração
A verdade é que antes de poder criar, você vai ralar muito ajudando a criação dos outros. Vai fazer o trabalho braçal, digamos assim. E isso é a melhor coisa que poderia te acontecer pois vai obrigar você a se tornar fera nos softwares gráficos.
Tudo que aprendi de Photoshop, Illustrator e CorelDraw foi arrumando pedaços de arte para os meus chefes, redesenhando logotipos que chegavam em word, etc. Então se você for chamado para regular contrastes de imagens e equilíbrios de cores, faça isso bem, entenda o que está fazendo e se aprimore até suas fotos ficarem com cara de pôster de filme americano.
Calma, tem a parte legal, e uma delas é estar cercado de gente como você, que pensam e respiram design gráfico, que falam disso, que te ensinam. Seus colegas de trabalho irão te ensinar todos os macetes, truques e dicas dos softwares que nem no curso mais avançado você aprenderia. E os clientes também te ensinarão coisas, como o que realmente funciona e não funciona no mercado.
Um colega meu uma vez suou a camisa, fez uma pesquisa demorada e pesquisou todas as referências para criar o logotipo mais fodástico do mundo para um cliente do mercado têxtil. O logo ficou incrível! Ele conseguiu somar dois elementos: um rolo de tecido e a letra B do nome da empresa de um jeito lindo, que com certeza lhe daria nota máxima na faculdade. O logo podia ser posto na horizontal, na vertical, em PB e negativo que se mantinha entendível e legível.
O cliente achou simples demais e pediu para acrescentar um monte de firulas, como uma faixa estilo bandeirola e três estrelas (!!!). Em resumo, nem sempre o que é lindo para nós, designers, é lindo para o cliente. E como o cliente tem sempre razão…
Como aprender design gráfico? Viva a não rotina do designer.
Mas nada, absolutamente nada é mais gostoso quando o seu chefe e depois o cliente aprovam sua arte. Você flutua dentro da agência e anda nas nuvens! E quando essa arte é impressa ou publicada e você vê o resultado real do seu trabalho é quase como receber um prêmio.
Outro aspecto legal da profissão é que quase não possui a “parte chata”. Entenda isso como aquelas tarefas geralmente burocráticas, porém intrínsecas à rotina diária, como, por exemplo, o policial que precisa escrever o relatório de um crime ou o médico que precisa organizar a documentação de uma cirurgia e escrever em prontuários. Design trabalha a maior parte do seu tempo criando e projetando (e tomando muito café).
E por falar em rotina, ela não existe. Você trabalha com projetos, e eles nunca são iguais. O logo de uma clínica veterinária pode ser criado em quatro horas, aí o de outra clínica pode levar dois dias e não ter nada a ver com o primeiro.
Curso ou Faculdade de design gráfico?
A faculdade é importantíssima porque vai jogar na sua cabeça as técnicas, os conhecimentos e tudo mais que o designer autodidata precisaria ralar para aprender. Fora que você respirará o mesmo ar de pessoas que querem o mesmo que você. Dá para aprender design gráfico sem faculdade? Dá, existem bons cursos que te dão uma super base, como este que falo neste artigo >aqui<. Realmente indico!
Mas muita coisa, muita mesmo, você vai aprender trabalhando e ouvindo seus chefes. OUÇA SEUS CHEFES!!! Sim, aquele cara chato que reclama quando você chega atrasado e que não quer que você emende o Carnaval. Ele tem muita bagagem, principalmente lidando com clientes e é o maior interessado que você se torne o melhor designer do planeta. Se o seu chefe não for assim, procure os conselhos dos designers à sua volta.
Ah, e você, designer gráfico de materiais impressos, entre em uma gráfica, fique amigo do dono, do gerente, do cara da guilhotina. Você precisa entender sobre impressão em gráfica para se tornar um designer melhor.
Mas qual curso escolher?
Hoje há cursos voltados especificamente para designer gráfico, porém existe o desenho industrial, as artes plásticas, publicidade e propaganda, editoração e por aí vai. Todos vão te ensinar os conceitos do design, cada um, obviamente, puxando a sardinha para o seu lado. Vale a pena ler a proposta de todos, a grade curricular, e pensar com calma.
Mas não tenho grana para fazer uma faculdade
Aí entra o curso que te falei, dê uma olhada aqui pois vale muito a pena.
Depois que entrar para o curso acima, vá até uma livraria grande, daquelas com setores de livros de arte. Pegue uma pilha, sente-se no chão e leia, visualize e leia muito os livros que os alunos das faculdades também estão lendo. O conhecimento sobre design está em vários lugares hoje em dia. Pode aprender muito olhando para uma pintura no museu ou um grafite cobrindo a lateral de um prédio. Pode aprender observando o desenho em uma loja de móveis chiques e na concessionária de carros da esquina. Descobrirá assim que o design está em tudo ao nosso redor, desde o botão do elevador até a asa de um avião.
Tudo é design.
E claro, tem a Internet. Blogues, vídeos, esse site aqui. A soma de todos estes conhecimentos passados e repetidos irá te ensinar muita coisa. Comece se aprofundando nos Conceitos do Design Gráfico dados pelo curso que falei a pouco, ele é bem completo nesta área.
Dá trabalho, demora, mas com bastante paciência, resiliência e uma dose cavalar de força de vontade, você pode se tornar tão bom quanto qualquer designer superexperiente. Navegar no portfólio de vários profissionais é quase como um curso de extensão.
O segredo é manter os olhos bem abertos e a mente com espaço para aprender.
Ah, e seja humilde, não se considere bom até o mercado lhe dizer isso. É ele quem o avalia, não você.
Como ser um designer gráfico com mais bagagem ainda?
Depois de conhecer os Conceitos do Design Gráfico, comece lendo a história da profissão. “Ahhhh, isso é chato!”. Ahhh, isso é importante! Assim descobrirá como nasceu os conceitos e técnicas que hoje, disfarçados de nomes americanizados, regem o ramo há séculos. E meu amigo ou amiga, se não gosta de ler, está pegando a estrada errada.
Segundo, aprenda sobre processos de impressão. O que é serigrafia? Como se fecha arquivo? Plotter é um primo distante do Harry Potter? Resumindo, se leu a história do design, saiba de onde ela veio, então saiba também para onde a sua arte vai parar.
Terceiro, aprenda os softwares de edição. Essa é a parte que provavelmente você já está fazendo, mas sabe fazer de tudo mesmo? Conhecer o que faz cada ferramenta é uma coisa, saber extrair delas a arte que você quer é outra. Todo mundo sabe bater um martelo, mas poucos o usam para construir um móvel sólido e perfeito.
Quarto, estude as técnicas de design, todas elas, não só as de design gráfico. Mais uma vez (e já devo estar te cansando ao repetir), design é saber o motivo porque cada elemento gráfico, por menor que seja, foi colocado num determinado lugar de sua arte, naquele determinado tamanho. As técnicas são fundamentais para isso, e o olho clínico para tudo ao seu redor.
Existem muitas técnicas, por exemplo, para se tornar escritor — atos, ritmo, escaleta, jornadas, plot twist, story telling, spot, e por aí vai — porém há uma lei acima de todas para ser bom nesta profissão: ler muito e escrever muito, todos os dias; não importa se seja bom ou ruim, leia e escreva. O mesmo se aplica ao design. Estude peças gráficas bonitas e crie as melhores que conseguir.
Faça isso todos os dias.
Todos. Os. Dias.
Como trabalhar como designer gráfico?
Se você ainda está na faculdade, o estágio é ideal. A maioria das vagas aparece no primeiro semestre, então fique de olho. Como já falei, você vai editar muitas fotos, diagramar textos em formatos definidos, pesquisar imagens e conceitos, digitalizar coisa pra caramba e montar layout on e off-line. Também pode ser requisitado para criar algumas ilustrações simples.
Com um bom curso, a mesma coisa. Crie um bom portfólio e mãos à obra.
Vai bater na porta de empresas de branding (trabalho de construção e gerenciamento de uma marca), agências de comunicação ou de propaganda, escritórios de design, emissoras de televisão, jornais, editoras, birôs de produção gráfica, produtoras de vídeo e mídia digital etc.
Existe a terceira via, o profissional autônomo. Aí vale se cadastrar nos portais de freelances como o Workana, o 99Freelas, o Freelancer.com.br e por aí vai.
Mas seja qual caminho escolher, você vai ter que carregar debaixo do braço duas coisas: currículo e portfólio.
Currículo do Designer Gráfico
É igual ao de qualquer outra profissão. Tem que estar bem editado, diagramado e conter informações pessoas, objetivo, escolaridade, cursos concluídos, experiência profissional e uma breve, porém completa, descrição de suas habilidades.
Portfólio do Designer Gráfico
Esse é obrigatório no ramo. Ouso dizer, mais importante do que o currículo ou até mesmo o diploma da faculdade. O portfólio é a prova de que você é mesmo um designer gráfico, e ainda informa qual o estilo do seu trabalho. Nada adianta dizer que sabe mexer em InDesign se não provar isso mostrando uma diagramação bem-feita para o contratante.
Imprima ou publique num site (não sabe por onde começar, conheça um passo a passo profissional aqui.) seus melhores trabalhos e tente variar o que coloca nele. Logos, cartões de visita, anúncio, cartazes, rótulos, anúncios digitais… Mesmo se não forem reais — digo, trabalhos realizados para clientes reais —, crie as suas peças gráficas fictícias. O objetivo é mostrar o que você sabe fazer, não provar que atendeu a determinado cliente.
Potfólio tem que ter o melhor que você pode fazer.
Redes sociais
Não precisa carregar debaixo do braço, mas seria bom informar seu Instagram ou página do Facebook se, principalmente, você publica alguns dos seus trabalhos lá. Até porque algumas empresas pesquisam candidatos nas redes sociais.
Dica: quando publicar um trabalho da hora, use várias hashtags da área, tipo #logotipo e #designgrafico, para que sua arte alcance pessoas que não te seguem, mas que se interessam pelo assunto.
Outras formas de entrar no mercado de trabalho
Além disso, cadastre-se em sites de empregos, crie e imprima cartões de visita falando que é designer gráfico e os entregue para pessoas que podem contratá-lo. Passou na padaria para comprar pão? Deixe o cartão para o gerente. Foi trocar óleo do motor do seu carro? Cartão neles. Você nunca sabe quem pode se tornar um cliente, então trate todos como potenciais.
Como ganhar dinheiro com designer gráfico?
Se você conseguir um estágio, vai ganhar apenas experiência, talvez um salarinho, se tiver sorte. Se conseguir ser contratado com carteira assinada, vai ganhar um salário fixo, décimo terceiro e por aí vai. Provavelmente vai começar como assistente ou designer júnior, então o salário não deverá ser alto.
De um jeito ou de outro, você devia considerar ser um freelancer como segundo emprego. Neste artigo aqui sobre salário, dou dicas de onde você pode trabalhar como freelancer.
Estou dando um conselho, não é regra. O bom de começar como freela, ou ser um mesmo com emprego fixo é que você vai entender como é atender a um cliente e saberá também qual o real valor do seu trabalho. Vai pegar de tudo, do cliente mala e mal-educado ao supersimpático que lhe pede um monte de “favorzinhos” de graça.
Vai descobrir que, de modo geral, todos os empresários acham que design gráfico é só apertar uns botões, uma desculpa para que você abaixe o seu orçamento (e isso acontece em todas as profissões relacionadas à venda).

Sim, escrevi venda. Ser freelancer é, de muitas maneiras, ser um vendedor também. Aí as regras valem para ambos os casos: ser sempre educado com o cliente, ter em mente que você está trabalhando para solucionar um problema, negociar o seu valor de acordo com sua disponibilidade, habilidades e tamanho do trampo que pretende pegar.
Não abrace mais do que pode, pois se errar com o seu cliente, ele nunca mais volta e não o recomendará para ninguém. Recomendação vale tanto quanto dinheiro neste ramo; e no caso de estar começando, vale ainda mais.
Outro aspecto bom de ser freelancer é que só assim você, empregado numa agência, vai entender como é difícil dirigir o próprio negócio. Vai entender melhor seus chefes, como eles sofrem para conseguir lucrar e por aí vai.
Seja estagiando, empregado ou como freela, ser humilde, educado e não abraçar mais do que pode devem ser mantras em sua mente. E no caso de ser humilde, vale também aceitar receber menos do que vale. Não tem um portfólio legal e nem clientes? Comece cobrando barato, beeem barato (ah, vai doer no seu ego, sei que vai). Quando se sentir apto a voar mais alto, aumente o seu valor.
Antes de ganhar dinheiro neste ramo — e dá para ganhar um bom dinheiro neste ramo —, você tem que ser um sucesso.
Espero que meus artigos estejam o ajudando para isso.